Working with the education of children and young people in a country as culturally and socially diverse as Brazil is undoubtedly challenging. And in the midst of all the obstacles we face as education professionals, the sensitivity and empathy that we handle with unique human beings, with different characteristics and different life histories, is often eclipsed by situations such as high workload, classes with high number of students, conflicts in the work environment, among other personal issues. And yes, just like students, we are unique humans.
Trabalhar com a educação de crianças e jovens em um país tão diverso culturalmente e socialmente como o Brasil é, sem dúvidas é desafiante. E em meio a todos obstáculos que enfrentamos enquanto profissionais da educação, a sensibilidade e empatia, de que lidamos com seres humanos singulares, com particularidades e histórias de vida diferentes, muitas vezes é eclipsada por situações tais quais carga horária elevada de trabalho, turmas com alto número de estudantes, conflitos no ambiente de trabalho, dentre outras questões pessoais, que sim, assim como os estudantes somos humanos singulares!
When looking at a high school class, it is not initially self evident that we have different socioeconomic profiles and life stories. We have students who arrive at school in their parents’ car and then those who walk for miles; those who had their 8 hours sleep well-regulated in their room and those who share a room with more than two family members; those who had a peaceful night where it was possible to review the content studied at school and those who have to work at night to help at home.
Ao olhar para uma turma de ensino médio, muitas vezes nem imaginamos, mas temos diferentes perfis socioeconômicos e histórias de vidas. Temos desde estudantes que chegam na escola no carro dos pais até aqueles que andam quilômetros a pé; aqueles que tiveram suas 8 horas de sono bem reguladas em seu quarto e aqueles que dividem quarto com mais de dois membros da família; os que tiveram uma noite sossegada onde foi possível revisar os conteúdos estudados na escola e aqueles que para ajudar em casa trabalham a noite.
What I have described from experience can be a life sentence if we ignore a student’s life history, who they are and their current condition. How will a person who does not have the minimum conditions of well-being be able to develop cognitively? Using Paulo Freire’s words “change is difficult, but it is possible”, and realizing that the well-being of students and teachers matters for the quality of teaching and learning is a good start so that we can reflect on what kind of education we want for our young people. It is up to us, education professionals, to make these discussions echo higher up in several spaces, mainly towards political authorities in order to claim better conditions for the school community.
Em meus quase dez anos na docência, me deixei ser engolido por essas situações, entretanto, quando comecei a desacelerar a minha rotina enquanto docente, reduzindo o número de escolas em que trabalhava, indo para uma escola em horário integral em regime de dedicação exclusiva comecei a perceber que sim, eu realmente lido com seres humanos! E dizeres como “estudantes que não querem nada” são tratados como verdades absolutas que poucas vezes paramos para refletir se realmente é dessa forma que está posto. Será que não querem nada?
Essa frase tem um peso muito grande, pois ignora a história de vida dos estudantes, quem eles são e a condição atual deles Como uma pessoa que não dispõe de mínimas condições de bem-estar terá condições de se desenvolver cognitivamente? Usando das palavras de Paulo Freire “mudar é difícil, mas é possível”, e perceber que o bem-estar de estudantes e professores importam para a qualidade do ensino e aprendizado é bom começo para que possamos refletir que tipo de educação queremos para nossos jovens. Cabe a nós, profissionais da educação, fazer com que essas discussões elas ecoem mais alto em diversos espaços, principalmente para com autoridades políticas no sentido de reivindicar condições melhores para a comunidade escolar.
Luis Lima
Professor with a Master’s Degree in Chemistry Teaching
Curriculum Writer and Teacher Trainer